[Críticas de Filmes]: O Preço de Uma Verdade

O filme ‘O Preço de Uma Verdade’, lançado em 2003, é baseado em fatos reais, e evidencia o dia a dia de uma grande revista de circulação, The New Republic, de Washington, tendo como plano de fundo a realidade de quem trabalha na redação, bem como seus desafios profissionais. 

O longa-metragem conta a história do jovem jornalista Stephen Glass – interpretado por Hayden Christen – que conseguiu entrar para a equipe da revista The New Republic. O jovem ganhou notoriedade devido às suas reportagens que obtiveram repercussão. Porém, sua fama vai por água abaixo após sua farsa ter sido descoberta pelo o novo editor da revista, Charles Chuck – interpretado por Peter Sarsgaard, e pelo repórter da Forbes Digital, Adam Penenberg. Na época foi constatado que, durante a carreira, 41 artigos produzidos por Glass, 27 foram parcialmente ou totalmente inventados ou copiados

Os estudantes de jornalismo, inclusive os grandes profissionais, devem assistir O Preço de Uma Verdade, pois o mesmo retrata a ética e a verdade jornalística. E serve como alerta e reflexão para jovens que ingressam nessa profissão com o objetivo de conseguir o sucesso a qualquer preço, não se importando com a ética, com a opinião da sociedade que preza ainda por valores morais, pela verdade acima de tudo. 

É válido ressaltar que o jornalista detém em suas mãos o poder de atingir milhares de pessoas com informação, logo deve ter a responsabilidade pelo o que escreve/comunica. Através do filme é notório perceber, ainda mais, que qualquer notícia deve ser pautada com precisão e profissionalismo. É necessário realizar diversos ‘procedimentos’, desde conversar, apurar os fatos com os envolvidos até a comprovação das fontes e a publicação da matéria. Além disso, é fundamental que editores e, principalmente, repórteres sempre estejam conferindo e checando a veracidade da informação. Tudo isso para que não haja informações que prejudique o compromisso com a verdade. 

O novo editor da The New Republic, Charles, sofreu retaliação dos outros jornalistas que começaram a questionar a investigação feita por ele sobre as reportagens de Glass. Tudo começou quando Glass publicou a matéria que ganhou destaque entre os meios de comunicação do mesmo segmento, 'O Paraíso dos Hackers'. Um jornalista da Forbes Digital começou a investigar juntamente com Charles a comprovação das fontes que constavam na pauta. E, gradativamente, perceberam que tudo foi inventado por Glass. Nada do que foi publicado, de fato, existiu. Fruto da imaginação do jornalista.

Interpretando e justificando, talvez, as atitudes de Glass, posso concluir que são visíveis as constantes de um recém formado jornalista que vive para consolidar a própria carreira (buscando produzir muitas pautas com competência, exigindo de si o profissionalismo que só será adquirido com a prática, assim como a ‘pressão’ do editor, diretor), deixando transparecer que no início o que vale é manter uma boa convivência e exprimir uma marca própria a partir do que lhe é pautado e publicado. Mas nada justifica, de forma alguma, a 'estratégia' que Glass optou: que foi  a criação de notícias. O fato é que ele teve a infeliz ideia de cometer os piores erros enquanto jornalista: mentir, manipular, inventar histórias, assim como fatos, fontes e cenários. 

No filme foi perceptível ver que o antigo editor, Michel Kelly, não checava as matérias devidamente, não buscava comprovações. Sempre defendia os jornalistas, e fazia certo ao defender a sua equipe, mas quanto ao Glass o defendia de forma errada, pois o mesmo não estava trabalhando com a verdade, e sim com o objetivo de ganhar reconhecimento, infelizmente inventando histórias. Talvez se Michael tivesse sido um editor mais rigoroso e exigente, Glass não teria criado/inventado tantas pautas.

Como aluno de jornalismo, tenho muito a agradecer ao professor Demétrio Andrade por ter compartilhado este filme na disciplina de Redação para Mídia Impressa, que me fez pensar e questionar sobre muitos assuntos ligados diretamente ao jornalismo. Até que ponto o profissional da área é capaz de pautar algo em busca do reconhecimento, obter status de um ótimo jornalista? A verdade jornalística realmente existe? Suponho e ao mesmo tempo tenho a convicção de que a verdade é o principal produto do jornalismo. É através dela que grandes pautas ganham destaques entre empresários e leitores, estes estão mais atentos quanto à notícia. Estão mais exigentes, sempre questionando o porquê do desenvolvimento daquela matéria em questão.

Lucas Almeida.


Trailer : O Preço de Uma Verdade


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Canal: Igor Patrick Silva

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Sobre Unknown

Lucas Almeida, 20, cearense, é estudanste de jornalismo. Tem interesse em Assessoria de Imprensa, Web Jornalismo e Audiovisual. Criou o blog Papos da Raposa com a finalidade de ajudar estudantes de jornalismo através de artigos, dicas, entre outras categorias.
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